Na quarta-feira (13), o preço do Bitcoin (BTC) fez uma nova máxima histórica em US$ 93.000 antes de recuar e chegar até US$ 89.000. Aparentemente, haveria uma correção depois do forte rali de alta visto na última semana, mas não foi o que aconteceu.
Ao invés de corrigir, o BTC nada mais fez do que um movimento de “gangorra” que durou pouco. Na manhã desta quinta-feira (14), a criptomoeda já estava de volta ao patamar de US$ 91.000. De acordo com o CoinGecko, o preço do Bitcoin registrou ganhos de 4,5% e abriu o dia cotado a US$ 91.279.
A Cardano (ADA) voltou a subir forte com alta de 8,5% e liderou os ganhos do Top 10, seguida pela XRP com alta de 7,6%. E depois veio a Dogecoin (DOGE), cujo preço se valorizou 6,4% e abriu o dia em US$ 0,40.
No Top 100, o domínio absoluto ficou com as memecoins, que registraram fortes altas superiores a 20%. Quem liderou o dia foi a PEPE, cuja listagem na Coinbase serviu para causar ganhos de 79% no preço da criptomoeda. Já a memecoin PNUT votou a subir forte e teve ganhos de 45,8% e a Dogwifhat (WIF) veio logo atrás, com 41%.
Realização de ganhos acende luz amarela no Bitcoin
O indicador Bitcoin: Realized Profit [USD] mede o lucro que os investidores realizaram ao vender seus BTC. Ele considera o preço de compra original do Bitcoin e o compara com o preço de venda.
Quando a venda é feita a um valor superior ao da compra, o lucro realizado é registrado. Ou seja, cada vez que isso acontece, significa que há realização de lucros, o que geralmente ocorre em momento de topo histórico.
Conforme noticiou o CriptoFácil , essa realização de lucros ocorreu na quarta-feira e “travou” o preço do Bitcoin. Mas ela voltou a acontecer hoje e em um nível ainda maior, o que começa a despertar alertas.
“Mais um dia em que tivemos uma realização de lucro de alto volume, desta vez tivemos US$ 5,4 bilhões sendo colocados no bolso. Quando engatamos uma sequência de dias com alta realização de lucro temos de ficar em alerta pois podemos estar formando um topo, por isso compras aqui devem ser evitadas”, explica Fernando Pereira, analista da Bitget.
De fato, o gráfico abaixo mostra que a quinta-feira registrou a maior realização de lucros desde o dia 08 de outubro e o segundo dia consecutivo com realizações acima de US$ 4 bilhões. E um dado vindo dos mineradores pode confirmar esse cenário de topo.
Mapa de realização de lucros do BTC. Fonte: Bitget/Glassnode.
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Mineradores começam a vender
Julio Moreno, chefe de pesquisa da CryptoQuant, observou que os mineradores de Bitcoin estão aproveitando o recente aumento de preço acima de US$ 90.000. Na quarta-feira, os mineradores enviaram 25.000 BTC para exchanges, um sinal claro de que muitos estão realizando lucros.
Após o halving do Bitcoin, os mineradores venderam BTC pesadamente para arcar com seus crescentes custos operacionais devido à queda do lucro. Isso levou a uma forte consolidação de preço do Bitcoin, que durou cerca de 200 dias depois.
Agora que o preço do Bitcoin ultrapassa US$ 90.000, podemos ver novamente uma pressão de venda renovada vinda dos mineradores. Moreno também afirmou que as margens de lucro não realizadas dos traders atingiram um alto nível de 47%.
Isso pode indicar uma possível correção do preço do Bitcoin ou uma queda do mercado de criptomoedas no futuro. No passado, o BTC registrou margens de lucro ainda maiores, como 69% em março e 48% em dezembro de 2023, e houve correções nos dois períodos.
O caminho até os US$ 100 mil ainda parece claro, mas os dados mostram que a chegada nessa barreira simbólica terá alguns obstáculos pelo caminho.
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